MÜLLER DECIDE, VIRA ARTILHEIRO E COLOCA A ALEMANHA EM PRIMEIRO NO GRUPO G

alemanha_eua1
Müller comemora o seu gol, o da vitória alemã sobre os EUA (Foto: Aldo Carneiro / Pernambuco Press)

Debaixo d’água no Recife, atacante faz quarto gol, como Messi e Neymar, e acaba com rumores sobre “jogo de compadres”. EUA também avançam

Thomas Müller até sabe nadar, mas a sua especialidade é mesmo fazer gols em Copas do Mundo. Debaixo de um temporal na Arena Pernambuco, o atacante voltou a decidir para a Alemanha no Brasil: foi dele o único e belo gol da Alemanha na vitória sobre os Estados Unidos por 1 a 0, nesta quinta-feira, resulto que a colocou nas oitavas de final como primeira colocada do Grupo G.

Referência, Müller virou também artilheiro. O craque do jogo em eleição feita na internet chegou aos quatro gols no Mundial, igualando-se a Lionel Messi e Neymar antes do mata-mata. Contabilizando os cinco marcados na África do Sul, quando foi revelação e levou para casa a Chuteira de Ouro, ele já soma nove em mundiais – ultrapassou o argentino Maradona e ficou lado a lado do brasileiro Jairzinho.

Alguns europeus favoritos ao caneco se despediram na primeira fase. Não foi o caso dos alemães, que jogaram para vencer, somaram sete pontos e garantiram a primeira visita ao sul do país: depois de conhecer boa parte do Nordeste, vão até Porto Alegre enfrentar o segundo do Grupo H, na segunda-feira, às 17h (de Brasília).

Beneficiados pelo triunfo de Portugal sobre Gana, os americanos também comemoraram a vaga. Foi um grande feito se levado em conta a qualidade dos adversários e a quilometragem rodada desde que iniciaram a preparação no Brasil, com sede fixa em São Paulo e jogos em Natal, Manaus e agora Recife. Os torcedores que enfrentaram a chuva reconheceram – 41.876 no total na Arena – e foram ao delírio quando o placar anunciou a classificação. O adversário da próxima fase deverá ser a Bélgica, líder do Grupo H, na próxima terça-feira, às 17h (de Brasília), na Fonte Nova, em Salvador.

Empatar? Não, senhor!

Desde segunda-feira o assunto foi abordado com frequência: Alemanha e Estados Unidos protagonizariam um “jogo de compadres” que pudesse classificá-las às oitavas de final da Copa do Mundo? Coletivas de imprensa tornaram-se quase um bombardeio de perguntas de ávidos jornalistas: os alemães seriam capazes de repetir a “Vergonha de Gijón”, na qual pareceram ter combinado uma vitória simples sobre a Áustria para ir adiante na Copa de 1982? A resposta foi um sonoro não – ao menos nos 45 minutos iniciais.

A Alemanha queria jogar, vencer, garantir-se na primeira colocação e acabar com qualquer rumor que afetasse a sua imagem. Com menos de dez minutos já dominava o campo ofensivo, encurralando os americanos com quase 80% da posse de bola graças à influência de Schweinsteiger, titular pela primeira vez no Brasil. Faltavam as finalizações: Müller furou um voleio, Podolski emendou para fora, Özil chutou fraco, Höwedes e Boateng não acertavam um cruzamento sequer, deflagrando a necessidade de se ter laterais de origem no setor contra equipes mais fechadas.

Howard, no fim das contas, trabalhou pouco. Neuer menos ainda. Bradley era basicamente a única cabeça pensante na equipe de Jürgen Klinsmann – foi ele quem puxou o contra-ataque que rendeu a melhor chance, em chute de Zusi por cima da meta. Dempsey, isolado, participava pouco. O zagueiro Omar González, com cortes precisos, acabou sendo o melhor dos americanos, pilhados em cada dividida, para delírio de sua participativa torcida na Arena Pernambuco.

alemanha_eua2
Sob muita chuva, Beasley e Özil disputam a bola na Arena Pernambuco (Foto: Reuters)

Chuva e jogo quente

Chovia bastante desde a madrugada, o que fez do antes temido calor um fator simbólico. Mas o jogo era quente o suficiente para compará-lo a um mata-mata. Schweinsteiger e Dempsey, por exemplo, desceram para o vestiário sem se cumprimentarem. Jones, um dos cinco americanos com raízes alemães, também se estranhou com o volante do Bayern de Munique. Foi até derrubado pelo árbitro uzbeque Ravshan Irmatov, econômico nos cartões amarelos.

Löw percebeu o pequeno detalhe que faltava à Alemanha e pôs Klose no segundo tempo. A tal presença de área do novo recordista de gols da Copa do Mundo – ao lado de Ronaldo Fenômeno – permitiu, por exemplo, que Müller se afastasse da pequena num dos muitos cruzamentos. Não é que deu certo? Mertesacker forçou Howard a espalmar com uma cabeçada, e o camisa 13 aproveitou o rebote com plástica conclusão, no cantinho esquerdo do goleiro americano para inaugurar o placar.

Surgiram gritos de “USA” das arquibancadas. Os americanos preocupavam-se com a reação de Gana contra Portugal, o que em questão de tempo poderia significar uma eliminação. Vontade não faltou: Bedoya e Jones, numa dessas investidas, trombaram e precisaram receber atendimento por minutos. Com a bola, esbarravam na limitação técnica de seus atletas, enquanto a Alemanha, mais organizada para atacar e defender, parecia segura e agora tranquila para segurar o resultado, sem qualquer peso na consciência – à exceção do torcedor germânico que invadiu o gramado nos minutos finais e foi rapidamente retirado pela segurança. Com o gol de Cristiano Ronaldo em Brasília, pouco importou: alemães e americanos estavam classificados.

Fonte: Globoesporte.com

Comentários no Facebook