Pesado e dark, ‘Demolidor’ mostra força da parceria Marvel/Netflix

Pesado e dark, 'Demolidor' mostra força da parceria Marvel/Netflix - Foto: Internet
Pesado e dark, ‘Demolidor’ mostra força da parceria Marvel/Netflix – Foto: Internet

Série consegue ótimo resultado com produção competente e bom elenco. Lutas violentas e muito sangue dão tom urbano a nova geração de heróis.

A série “Demolidor” estreou toda a sua primeira temporada na sexta-feira (10), no Netflix, com uma missão gigantesca sobre seus ombros. Dela depende o sucesso da parceria entre o serviço de transmissão de conteúdo sob demanda e a Marvel. Baseado no desempenho, as duas empresas podem planejar muito mais do que as outras quatro produções que têm engatilhadas juntas.

A série tem uma atmosfera pesada e urbana para trazer o universo construído pela editora mais próximo à realidade. Mesmo com ritmo um pouco lento, incomum às produções da Marvel, o resultado é tão competente que se torna difícil resistir à tentação de maratonar os 13 episódios da temporada.

O herói passa a maior parte da primeira temporada com um uniforme negro (Foto: Divulgação)
O herói passa a maior parte da primeira temporada com um uniforme negro (Foto: Divulgação)

Esqueça o filme anterior

Você talvez conheça a história – se viu o filme de 2003 estrelado por Ben Affleck, provavelmente prefira até esquecer. Matt Murdock (Charlie Cox) é um advogado cego que cresceu no perigoso bairro de Hell’s Kitchen, em Nova York, e utiliza seus sentidos sobrehumanos para combater o crime.

Ele conta com a ajuda de Foggy Nelson (Elden Henson), seu sócio, e de Karen Page (Deborah Ann Woll) para derrubar o império do crime construído por Wilson Fisk (Vincent D’Onofrio). O resultado é uma bela história de origem que se estende pacientemente pelos 13 episódios e bebe da elogiada passagem do quadrinista Frank Miller pelo título do herói nos anos 1980. É dessa fase que sai o uniforme negro usado na maior parte da temporada.

O inglês Charlie Cox vive o protagonista da série, Matt Murdock - Foto: Internet
O inglês Charlie Cox vive o protagonista da série, Matt Murdock – Foto: Internet

Elenco tem química

O elenco é um dos acertos da produção. Cox consegue equilibrar a seriedade da missão de Murdock com a leveza que o personagem necessita. Sua missão é facilitada pela química com Henson, alívio cômico nada forçado. Mas é D’Onofrio quem mais parece estar se divertindo, ao interpretar um personagem aparentemente construído para ele.

A série escapa dos erros de outros trabalhos da Marvel para a televisão, “Agents of Shield” e “Agent Carter”. “Demolidor” parece ter saído dos estúdios de Hollywood. Mesmo com a ausência de poderes chamativos, a fotografia e as locações dão a impressão de um investimento semelhante a “Homem de Ferro”, que em 2008 custou US$ 140 milhões.

Além disso, as cenas de luta são provavelmente as melhores já construídas pelos estúdios Marvel, algo vital para um herói tão apoiado em suas habilidades com artes marciais. É possível sentir cada golpe dado ou tomado por Matt, e há sequências que chegam a lembrar a crueza do filme coreano “Oldboy” (2003).

Recompensa para fãs

Não é necessário conhecimento prévio do personagem para acompanhar ou entender a série, mas quem lê as HQs é recompensado. Além de homenagens aos mais de 50 anos de histórias do herói, o conhecimento prévio garante boas surpresas para quem sabe da importância de algumas pessoas na história.

Boa noite, vizinhança

Em 2008, com o lançamento de “Homem de Ferro”, os estúdios da editora davam início a seu universo cinematográfico, em que diversos heróis dos quadrinhos dividem a mesma realidade. Sete anos, nove filmes, uma série de TV e uma minissérie depois, finalmente surge um herói preocupado não em salvar o mundo – ou a galáxia -, mas apenas sua vizinhança.

A Marvel tem planos ambiciosos para a televisão. Prova disso é que três heróis tem séries em desenvolvimento no Netflix – “A.K.A Jessica Jones”, que deve estrear ainda neste ano, será seguida por Luke Cage e Punho de Ferro. Com pegada mais urbana e problemas mais reais, os quatro formarão uma equipe com série própria, “Os Defensores”.

Se depender da qualidade da produção e das críticas que este primeiro trabalho vem recebendo, os fãs da Marvel e da Netflix podem encarar essa parceria sem medo.

Fonte: G1.com

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