PMs acusados de matar servente em SP são absolvidos

Defesa alegou legítima defesa de um réu e não participação dos demais.
Caso aconteceu em novembro de 2012; MP vai recorrer da decisão.

Os quatro policiais militares acusados de executar o servente Paulo Batista do Nascimento durante uma operação na região do Campo Limpo, na Zona Sul de São Paulo, em novembro de 2012, foram absolvidos na noite desta quinta-feira (21) no fórum da Barra Funda, na Zona Oeste da capital paulista. O Ministério Público vai recorrer da decisão.

“Foram ignoradas diversas provas. O vídeo que exibe o policial Marcelo efetuando o disparo, o fato da vítima ter chegado ao hospital quase uma hora depois com cinco disparos de arma de fogo no corpo, e o aparelho GPS tablet da viatura ter sofrido um apagão inexplicável justamente no horário da execução”, disse o promotor que cuida do caso, Felipe Zilberman.

Os jurados aceitaram a tese da defesa dos PMs de que um dos policiais matou o servente de pedreiro em legítima defesa e de que os outros três réus não tiveram participação no assassinato. Os réus, o tenente Halstons Kay Yin Chen e os soldados Francisco Anderson Henrique, Marcelo de Oliveira Silva e Jailson Pimentel de Almeida, deixaram o local em liberdade.

Nas imagens, o homem aparece vivo, cercado por policiais em uma rua do bairro. Após levar um tapa e um chute dos PMs, o servente é levado para o carro da polícia. Na imagem, um policial ergue os braços em posição de tiro. Não é possível ver disparos, mas logo a seguir ouve-se um barulho. Quando a câmera volta a mostrar a rua, dá para ver a movimentação de alguns policiais.

O advogado dos policiais, Celso Vendramini, disse que o promotor não se ateve a um detalhe importante. “O que aconteceu nesse processo é que o indivíduo tentou tomar a metralhadora do tenente no mercado, e esse ponto do mercado, durante o processo todo, o promotor não se ateve a isso. E lá dentro foi onde o Marcelo efetuou um disparo apenas”, explicou.

A primeira versão dos policiais, registrada no boletim de ocorrência, foi de que Paulo foi encontrado morto em uma viela. Depois, o soldado Marcelo afirmara que a arma disparou após ele tropeçar.

Primeiro julgamento

Na noite do dia 16 de dezembro do ano passado, o julgamento dos quatro policiais militares foi anulado depois que um pedido da defesa, que solicitou a perícia em um tablet que registrou a movimentação no veículo usado pelos policiais no dia do crime. Como o equipamento teria deixado de registrar dados por mais de uma hora, um dos jurados considerou o exame necessário e, por isso, o juiz do caso decidiu pela anulação.

Fonte: G1.Globo.com

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