O Polyglot Club e outras iniciativas ajudam no intercâmbio cultural entre moradores da capital incentivando a prática de diferentes idiomas e a troca de experiências pessoais
Com três encontros semanais espalhados pela cidade, o Polyglot Club Brasília reuniu cerca de 60 pessoas na última sexta-feira com um mesmo objetivo: praticar idiomas e compartilhar experiências. O projeto, que é aberto ao público e gratuito, disponibiliza um espaço em que brasileiros e estrangeiros podem melhorar a fluência em diversas línguas através da conversação. Presente na Asa Norte, Asa Sul, em Águas Claras e no Guará II, o grupo também realiza um piquenique mensal itinerante. A edição de outubro acontecerá no próximo domingo (26), no estacionamento três do Parque da Cidade, a partir das 15h.
Os encontros atraem um público diverso, composto em sua maioria por pessoas entre 25 e 35 anos. Os mais frequentes são estudantes que desejam fazer intercâmbio, pessoas recém-chegadas em Brasília e estrangeiros. Estes últimos utilizam o grupo não só para aprimorar o português, mas também para se incluir na cultura local. Leandro Afonso, um dos organizadores do projeto, morou nos Estados Unidos por três anos, e lá, sofreu preconceito por ser imigrante. Para ele, a inclusão social é uma das ações mais importantes do grupo.
As conversas em português só são incentivadas se houver interesse por parte dos estrangeiros. De resto, inglês, francês, espanhol e alemão são os idiomas mais comuns nos encontros. Línguas consideradas “exóticas”, como grego, esperanto e russo também marcam presença eventualmente. Os idiomas falados e o nível de fluência das conversas depende das pessoas presentes. Os organizadores participam das mesas ajudando a criar essa pluralidade. Dentre os oito, pelo menos um acompanha cada evento recebendo novos participantes e representando o grupo.
Chamado inicialmente de Torre de Babel, o projeto, que existe há cerca de três anos, só se alinhou aos moldes do Polyglot Club no início de 2014 com o objetivo de incluir mais línguas nas conversações, dividir as mesas por idioma e aumentar a quantidade de dias e a disposição geográfica dos encontros. O grupo busca crescer ainda mais, principalmente através de parcerias e investimentos. Uma das novas propostas é criar encontros semanais na UnB, ajudando na integração de alunos de intercâmbio com o resto da comunidade acadêmica.
Georgo Jurobola, um dos organizadores, pretende expandir o movimento pelo Brasil. Vários estados já possuem encontros semelhantes, mas nem todos participam da rede Polyglot Club. Um dos objetivos de Jurubola é ajudar na padronização dos eventos fortalecendo a rede e possibilitando seu crescimento contínuo. Juntamente com um amigo, criou o Polyglot Club de Fortaleza e quer auxiliar no desenvolvimento de grupos em Goiânia, Belo Horizonte, Curitiba e São Paulo.
Outras iniciativas
Alguns projetos em Brasília também oferecem a prática de idiomas gratuitamente. Na UnB, o Cine Babel, clube de cinema do curso de Línguas Estrangeiras Aplicadas ao Multilinguismo e a Sociedade da Informação (LEA-MSI), propõe a exibição de filmes estrangeiros com temáticas diferenciadas que ampliem as noções culturais dos participantes. Após os filmes, o grupo de espectadores organiza um debate, também em língua estrangeira, com mediador convidado. O projeto, que realizou sua última atividade em junho deste ano, deve voltar à ativa apenas no próximo semestre.
A Comissão Fullbright, que trabalha com intercâmbio educacional entre Estados Unidos e Brasil, também realiza atividades na UnB para aprimorar o inglês dos estudantes. Às quintas-feiras, outro encontro poliglota acontece no Bar Piauí da 402 Sul. Conhecido como “Piauí Chic”, o evento é promovido pelo CouchSurfing, plataforma que coordena acomodações gratuitas para viajantes no mundo todo. O público principal são pessoas que utilizam o CouchSurfing em Brasília, mas qualquer um pode participar e aproveitar para fazer novas amizades e praticar outros idiomas.
Fonte: http://campus.fac.unb.br/cultura/encontros-poliglotas-atraem-brasilienses-e-estrangeiros
Texto: Tássia Martins