Garagens amanhecem alagadas e ruas com barro após 3 h de chuva

Na manhã desta quarta, carro estava com a parte a frente atolada após forte chuva que caiu no Distrito Federal (Foto: TV Globo/Reprodução)
Na manhã desta quarta, carro estava com a parte a frente atolada após forte chuva que caiu no Distrito Federal (Foto: TV Globo/Reprodução)

Regiões do DF permaneciam sem luz pela manhã e com áreas interditadas. Instituto de Meteorologia diz que choveu o esperado para um terço do mês.

As três horas da forte chuva que caíram no final da noite desta terça-feira (16) deixaram estragos no Distrito Federal. Estacionamentos amanheceram alagados, ruas ficaram tomadas pelo barro e várias regiões permaneciam sem energia pela manhã. Até as 9h30, pelo menos 12 das 31 regiões administrativas da cidade registravam pontos com falta de luz. O Corpo de Bombeiros também não soube informar o número de atendimentos por causa do temporal.

De acordo com o subsecretário de Operações da Defesa Civil, Sérgio Bezerra, 50 carros foram atingidos durante a chuva. Ele também afirmou que os bombeiros registraram mais de 50 chamadas no período.

“Choveu cerca de 75 mm. No mês de dezembro chove 250 mm, na média. Em duas horas e meia choveu quase um terço do que chove um mês inteiro. A única ocorrência de maior destaque em relação a alguém que poderia se ferir foi na 311 Norte, um vigilante estava em uma academia dormindo e os bombeiros retiraram ele de lá porque ele ia se afogar”, afirmou Bezerra.

O subsecretário também afirmou que os prejuízos poderiam ser piores. “Se fosse em outro lugar de Brasília, os danos poderiam ser humanos, depende muito do local onde cai a chuva, se caísse no Sol Nascente [em Ceilândia] poderia ser muito pior. O sistema de drenagem, ele tem que ser não só reavaliado, mas boa parte da Asa Norte tem que ter esse sistema refeito.”

Entre as áreas afetadas estavam o Itamaraty e a chapelaria do Congresso Nacional. Na quadra 402 da Asa Norte, um carro ficou virado, com a parte da frente atolada na lama. De acordo com o Instituto de Meteorologia, choveu o esperado para um terço do mês nestas três horas.

Imagens feitas pela TV Globo durante a madrugada mostram os efeitos da chuva. Na Asa Norte, área mais castigada, ruas ficaram intransitáveis. Quem estava a pé, pulava para não ser arrastado e buscava abrigos nas paradas de ônibus. De carro, também não havia segurança – muitos acabaram invadidos pela água.

Viadutos também ficaram inundados, e nem mesmo os ônibus conseguiam trafegar pelas passagens. O teto de um restaurante desabou com a força da chuva. Bueiros formavam redemoinhos.
Em um hospital particular no final da Asa Norte, pacientes precisaram ser transferidos para outras unidades de saúde por causa da correnteza que se formou no saguão. O teto do pronto-socorro desabou.
O policial militar Antonio Oliveira descreveu o “caos”. “Foi horrível. Desde às 19h que estou aqui. Fui medicado, mas fiquei ilhado. Não tinha como sair. Estava tudo alagado, um mar sem ondas”, disse no início da madrugada.

Um shopping no início da Asa Norte fechou mais cedo, mas os funcionários precisaram ficar até bem depois do expediente para tirar a água com rodo. Garagens por toda parte foram inundadas, inclusive a do edifício-sede do Banco do Brasil.

Em um prédio residencial, o alagamento beirava a porta dos carros. A entrada principal do Congresso Nacional, conhecida como chapelaria, também ficou inundada depois que o espelho d’água da Câmara dos Deputados transbordou.

Balanço

O fim da chuva espalhou sujeira pela cidade. Ruas ficaram interditadas e motoristas, confusos. Um assessor parlamentar comemorou conseguir recuperar o carro, que havia sido arrastado pela enxurrada.

O comércio também registrou danos. Um estúdio de tatuagem da Asa Norte virou piscina. O dono, Igor Reis, não conseguiu salvar quase nada.

“Choveu muito, muito, muito, como eu nunca vi. Comecei a ver o barulho de água caindo, quando vi, o vidro estourou e virou isso aqui em cinco minutos”, afirma.

Em uma loja de colchões e artigos para casa, a sujeira tomou conta de tudo, e os produtos começaram a flutuar. A reportagem da TV Globo usou uma régua para medir a altura da água no subsolo: 65 centímetros.
O gerente, Cosme Farias, comentou o resultado da chuva. “Nós tivemos um prejuízo enorme porque não dá para salvar nada ali. Tem mais de R$ 60 mil de prejuízo só de colchão. Nunca vi coisa desse jeito.”

Em uma barbearia da 711 Norte, funcionários aproveitaram o fim das chuvas e fizeram um mutirão de limpeza à 1h. “Agora é correr atrás do prejuízo, limpar, lavar, que amanhã tem que estar trabalhando novamente, né?”, disse o comerciante Jaederson Silva.

Fonte: G1

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