Fumar narguilé aumenta exposição ao benzeno, podendo causar leucemia

Fumar narguilé aumenta exposição ao benzeno, podendo causar leucemia - Fonte: Jornal Ciência
Fumar narguilé aumenta exposição ao benzeno, podendo causar leucemia – Fonte: Jornal Ciência

O uso do tabaco é a principal causa evitável de mortalidade em todo o mundo, responsável pela morte de 6 milhões de pessoas por ano.

Fumar narguilé – uma forma de uso do tabaco, que emprega uma jarra de ‘água parcialmente cheia – está sob análise de um novo estudo, que sugere que fumantes de narguilé e não fumantes expostos à fumaça do produto, têm maior captação de benzeno que o normal, uma substância associada ao aumento do risco de leucemia.

O estudo está publicado na Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention, uma revista da Associação Americana para Pesquisa do Câncer.

De acordo com os pesquisadores – liderados por Nada Kassem, diretora associada do Centro Comportamental de Epidemiologia e Saúde Comunitária, na Universidade do Estado de San Diego, na Califórnia – a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Programa Nacional de Toxicologia dos Estados Unidos, o narguilé exala benzeno classificado como cancerígeno do Grupo 1.

Relatório da OMS ainda diz que o benzeno é cancerígeno para os seres humanos, explicando que não existe nível seguro de exposição. O narguilé, no entanto, é uma fonte de exposição ao benzeno, sendo, portanto, um fator de risco ainda maior para a leucemia.

O mais popular tipo de tabaco do narguilé é conhecido como Moassel, que é adoçado e contém cerca de 30% do tabaco fermentado com melaço e frutas misturadas com glicerina e substâncias químicas.

Fumar narguilé aumenta exposição ao benzeno, podendo causar leucemia - Fonte: Jornal Ciência
Fumar narguilé aumenta exposição ao benzeno, podendo causar leucemia – Fonte: Jornal Ciência

Kassem e seus colegas observaram que, nos EUA, em 2013, 26,6% dos estudantes universitários homens e 23,2% do sexo feminino têm usado narguilé. De forma alarmante, 8,1% de estudantes do ensino fundamental e médio do sexo masculino e 6,6% do sexo feminino, também têm utilizado a substância.

Seu consumo não está apenas ligado a um maior risco de leucemia, mas também para intensificar as causas de câncer pulmonar e oral, doenças cardíaca coronárias e doença pulmonar.

Pelo fato de muitas vezes o consumo de narguilé ser praticado em ambientes sociais, os pesquisadores examinaram a absorção de benzeno tanto para os fumantes ativos, quanto passivos. Ambos tiveram aumento na captação de benzeno.

A equipe analisou os níveis de ácido fenilmercaptúrico – que é um metabólito de benzeno – na urina de 105 fumantes de narguilé e de 103 não-fumantes. As amostras de urina foram coletadas na manhã seguinte do consumo em uma casa particular.

Os resultados mostraram que, nos fumantes, a captação cresceu 4,2 vezes depois de fumar em um salão e 1,9 vezes depois de fumar em uma casa particular. Enquanto isso, a captação de não-fumantes aumentou 2,6 vezes depois de participar de um evento em um salão específico.

Curiosamente, não-fumantes tinham níveis semelhantes do ácido antes e depois de participarem de um evento de narguilé em uma residência privada. Kassem observa, no entanto, que não-fumantes se prejudicam muito por estar próximo de quem está fumando.

“O uso de narguilé envolve o carvão em brasa, que é necessário para aquecer o tabaco do cachimbo de água para gerar a fumaça inalada”, explica Kassem. “Além de inalarem substâncias tóxicas e cancerígenas encontradas no fumo do tabaco, fumantes ativos e passivos de narguilé também inalam grandes quantidades de carvão em combustão, gerando emissões tóxicas e cancerígenas”, completou.

Os pesquisadores também observam que os profissionais de saúde devem aumentar a consciência pública sobre os riscos de leucemia causados pelo fumo em questão. “Ao contrário do que se acredita, fumar narguilé não é uma alternativa segura a outras formas de tabaco”, diz Kassem.

O portal Medical News Today também informou recentemente, em um estudo, que o fumo do charuto é tão prejudicial quanto o do cigarro. Conclui-se que a melhor alternativa, é, de fato, interromper o consumo de qualquer tipo de fumo.

Fonte: Jornal Ciência

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