Na “Pátria Educadora” a Educação é uma das áreas mais atingidas pelo corte de verba do Governo Federal

Educação. Pátria Educadora se faz com anos, e não apenas em “4 anos”. Crédito (foto): Blog Chega de asma
Pátria Educadora se faz com anos, e não apenas em “4 anos”. Crédito (foto): Blog Chega de asma

Um novo ano começava e nossa Presidente Dilma Rousseff tomava posse para seu segundo mandato. Em torno do tão esperado discurso da posse, um lema que pegou a todos de surpresa: o antigo lema do Governo Federal “Brasil: um país sem miséria” mudou para “Brasil: Pátria Educadora”.

Naquela tarde ensolarada, de muitas e muitas pessoas na Esplanada dos Ministérios, idolatrando o Partido dos Trabalhadores (PT) e o governo da própria Dilma, todos, novamente, apostavam em um recomeço do PT, já que o primeiro mandato da presidente ficou marcado pelo escândalo da Petrobrás na Operação Lava-Jato.

Perto de completar seis meses da posse para o segundo mandato, Dilma vai contra seu próprio discurso, e justamente o Ministério que faz jus a “Pátria Educadora” é um dos que tem mais cortes neste novo mandato.

De acordo com as informações divulgadas no Portal de Notícias G1, o Ministério da Educação é o terceiro que foi mais afetado pelo ajuste orçamentário, com 9,42 milhões sendo cortados.

Os cortes atingem programas essenciais do Governo voltados para a área de Educação, casos do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) e o Programa Nacional de Ensino Tecnológico e Emprego (PRONATEC).

Repare que, nesses governos, a Educação sempre é posta como prioridade, mas também é a primeira a ser atingida quando o assunto é corte de verbas. Como um lema, que prioriza a “educação para a nação” é vítima do próprio corte?

O primeiro reflexo deste corte já estamos vendo novamente. As Universidades Federais estão há 1 dia da deflagração da greve geral, o que, certamente, vai deixar muitos alunos prejudicados, muito deles podendo até perder vagas no mercado de trabalho, mesmo com este em momento de crise.

O segundo reflexo é o que vemos nas escolas públicas da educação básica, onde o ambiente é, muitas vezes, impróprio para o docente ministrar suas aulas: salas superlotadas, cadeiras riscadas ou quebradas, paredes mofadas.

O terceiro reflexo é na formação do próprio docente e na sua carga horária de trabalho: muito trabalho para pouca valorização.

Além disso, muitos desistem de continuar na carreira, entre outros fatores, pois estudam muito, chegando aos níveis mais elevados para, no final, ganhar um salário inferior a profissionais da mesma categoria com ensino superior, casos de diretores e coordenadores.

A pergunta: isso é “Pátria Educadora?”. É cortando as verbas destinadas a “educar” é que pretendemos ser uma “Pátria Educadora?”

Corta-se onde poderia se valorizar. Mas, no Brasil, a educação continua sendo a última das prioridades. Não são 4 anos que vão tornar o país uma “Pátria Educadora”, pois no próximo Governo,certamente o lema deve mudar. Ao invés de falarmos em “4 anos” deveríamos definir “anos”.

Pátria Educadora se constrói, é como um pedreiro construindo a sua casa: de tijolo em tijolo, a casa vai tomando forma; da mesma forma é a educação.

Não são em 4 anos que tudo vai se resolver, mais em anos, se o Governo e as autoridades se emprenharem mesmo para tornar esse país digno de ser merecedor deste lema. Do contrário, só continuaremos a ver o futuro repetir o passado.

Texto: Ivan Carlos

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