O senador Fernando Collor (PTB-AL) fez uma manobra para conseguir participar do processo de recondução do procurador-geral da República Rodrigo Janot ao cargo.
Na semana passada, Collor passou a integrar a comissão de Constituição e Justiça do Senado, responsável pela sabatina à qual Janot será submetido antes de ter seu nome votado pelos parlamentares.
Collor ocupou uma vaga de suplência na comissão após destituir o senador Douglas Cintra (PTB-PE) e se indicar para ocupar a vaga. Como suplente, Collor pode participar das discussões, mas só terá direito ao voto se algum senador de seu bloco faltar.
Atritos
Na última semana, o senador e ex-presidente foi denunciado por Janot por suspeito envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras. O processo está sob sigilo.
Na tarde de ontem, Collor criticou a atuação do procurador-geral em discurso no Senado, afirmou que ele não é dotado da “conduta moral” que se exige para o cargo e que é um “sujeitinho à toa” e uma “figura tosca”.
“Trata-se de um fascista da pior extração, e cuja linhagem pode ser perfeitamente traduzida nas palavras de Plutarco: ‘Nada revela mais o caráter de um homem do que seu modo de se comportar do que quando detém um poder e uma autoridade sobre os outros. Essas duas prerrogativas despertam toda a paixão e revelam todo o vício'”, disse Collor.
Essa não é a primeira vez que o senador usa a tribuna no Senado para criticar Janot. Há menos de um mês, Collor chamou o procurador-geral de “filho da puta”.
Fonte: Exame