Dez mitos sobre vacinação que precisam ser rebatidos

Dez mitos sobre vacinação que precisam ser rebatidos - Foto: Agência Brasil - EBC
Dez mitos sobre vacinação que precisam ser rebatidos – Foto: Agência Brasil – EBC

Médico credenciado Amil One tira as principais dúvidas sobre vacinação.

A vacinação costumava ter inimigos claros para combater: os vírus e bactérias que causam doenças como sarampo, caxumba, poliomielite e febre amarela. Mais recentemente, no entanto, a eles se juntou a desinformação, que tem feito estragos consideráveis nas iniciativas de imunização pelo mundo.

Graças a ideias infundadas, como a que relaciona a prática ao autismo e à intoxicação por mercúrio, tem crescido o número de pais relutantes em levar os filhos para tomar suas vacinas.

“É um movimento todo calcado em informações equivocadas e fake news. Nós temos a obrigação de criar ferramentas que possam desfazer esses mitos”, afirma o pediatra e infectologista Marco Aurélio Safadi, médico da rede do plano de saúde premium Amil One.

A seguir, Safadi rebate dez mitos que alimentam a desinformação:

MITO 1 – Quem tem doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, não pode se vacinar

Justamente por já serem portadores de doenças que podem debilitar o corpo, essas pessoas devem estar em dia com as vacinas, inclusive a contra a influenza.

MITO 2 – É perigoso tomar várias vacinas de uma só vez

Não há nenhuma evidência científica de que a multivacinação debilite o sistema imunológico. Uma criança já entra em contato diariamente com diversas substâncias e agentes que o corpo considera estranhos e exigem uma resposta imune. Administrar mais de uma vacina ao mesmo tempo reduz as idas ao hospital ou ao posto de saúde, além de diminuir o custo das campanhas, ampliando seu acesso.

MITO 3 – Vacinas podem causar autismo em crianças

A associação é infundada. A origem foi um artigo científico publicado por um médico inglês, em 1998, que relacionava o uso da vacina de sarampo ao transtorno. A hipótese tinha dados forjados e foi amplamente refutada pela comunidade científica. Mais tarde, o autor perdeu sua licença médica.

MITO 4 – Melhor higiene e saneamento já protegem de doenças

Hábitos de higiene, como o costume de lavar as mãos, e infraestrutura adequada de água e esgoto, ajudam a evitar doenças infecciosas. Mas sozinhos não evitam a proliferação de doenças.

MITO 5 – Vacinas têm efeitos colaterais perigosos, alguns ainda desconhecidos, e podem desencadear as doenças que visam imunizar

A imensa maioria das reações às vacinas são leves, como dor local, coceira e febre baixa. As consequências mais graves são extremamente raras. No geral, os benefícios compensam – e muito – os riscos de se contrair doenças graves, como a poliomielite. Todas as substâncias passam por testes rigorosos antes de serem administradas à população.

MITO 6 – Muitas doenças evitáveis por vacinação já estão erradicadas

A cobertura vacinal ampliada tornou alguns agentes infecciosos raros, mas isso não significa que estejam extintos. No mundo globalizado de hoje, onde a circulação de pessoas é intensa, eles podem ressurgir por qualquer descuido. Um exemplo recente é o atual surto de sarampo no Brasil.

MITO 7 – O mercúrio das vacinas faz mal

Algumas vacinas contém timerosal (composto com mercúrio) como conservante. Ele é usado para evitar proliferação de fungos e bactérias nos frascos, em doses muito reduzidas. Estudos já mostraram que a quantidade ínfima usada não é tóxica e acaba expelida rapidamente pelo corpo.

MITO 8 – A gripe é um problema sem gravidade e a vacina não é eficaz

A influenza (nome científico tanto do vírus quanto da doença) afeta de maneiras diferentes cada pessoa e pode, sim, ter desdobramentos mais graves. Entre 300 mil e 500 mil pessoas morrem anualmente no mundo por causa da doença infecciosa. Grávidas, crianças e idosos são alguns grupos mais vulneráveis às formas mais virulentas. As vacinas protegem de forma eficiente das cepas de influenza mais disseminadas a cada temporada no planeta.

MITO 9 – Pessoas imunodeprimidas (em condições que afetam a imunidade, como HIV ou em tratamento de câncer) não podem receber nenhum tipo de vacina

Essas pessoas podem ser imunizadas com vacinas que usam vírus ou bactérias inativos, como no caso do tétano ou da gripe. Não é recomendável que tomem os tipos com vírus atenuados, como os do sarampo, rubéola, caxumba, varicela e febre amarela. Na dúvida, procure um médico.

MITO 10 – Vacinar ou não os filhos é uma decisão dos pais

A vacinação é um direito da criança, assegurado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Pais podem responder criminalmente pela recusa e, em casos extremos, até perder o poder familiar. Decisões da Justiça no Brasil já criaram jurisprudência para obrigar a imunização. Este ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou os movimentos antivacina como ameaça mundial.

Fonte: Amil

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