GDF promete pagar R$ 4 milhões a creches

Funcionários protestaram por 5 horas no Eixo Monumental, creches conveniadas estão há 3 meses sem receber repasses do governo.

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Protesto dos funcionários

Após reunião realizada na tarde desta quinta-feira (18), a Secretaria de Educação decidiu fazer o repasse de verba para dez entidades que administram creches conveniadas ao governo do Distrito Federal. Segundo o Conselho das Entidades de Promoção e Assistência Social, que representa as instituições, R$ 4 milhões serão destinados a dez creches que estão paralisadas há mais de duas semanas. A dívida total é de R$ 14,5 milhões.

Na manhã desta quinta, funcionários das entidades protestaram por cerca de cinco horas contra o atraso no pagamento dos salários, que já duram mais de três meses. Cerca de 150 manifestantes fecharam o Eixo Monumental na altura do Palácio do Buriti, às 9h. A pista foi liberada por volta de 14h.

Uma comissão de dez trabalhadores chegou a ser recebida por representantes do GDF durante a manhã, mas, segundo as funcionárias, a reunião terminou sem nenhum compromisso por parte do governo. O grupo afirma que foi recebido por servidores do Palácio do Buriti, e não pelos secretários de Educação e da Fazenda, como esperado.

Pela tarde, no entanto, representantes das instituições se reuniram com os gestores das secretarias da Educação, da Fazenda e de Administração Pública. Outra reunião para negociar o pagamento do restante da dívida foi marcada para esta segunda-feira. As creches afirmam que vão reabrir as portas quando receberem o valor devido porque não têm mais recursos para receber as crianças.

Paralisação

De acordo com o conselho, 29 creches estão sem receber. O secretário de Administração, Wilmar Lacerda, afirmou nesta segunda-feira que o DF tem 45 creches conveniadas e 28 próprias. A Secretaria de Educação disse que que os repasses às creches públicas e conveniadas haviam sido iniciados no dia 10, mas o presidente do conselho, Ciro Silvano, afirmou ao G1 na última segunda (16) que nada hava sido depositado.

Professora da creche Oásis, que funciona em São Sebastião, Maria Neres comentou a situação. “Estamos aqui para lutar pelos nossos salários porque estamos há 3 meses sem receber”, diz. “Temos contado com a ajuda dos familiares para pagar as contas. Dependemos do dinheiro para sobreviver, igual os pais das crianças dependem de nós para cuidar delas.”

O pastor Valdeberto Pereira trabalha na creche Paixão de Cristo, no Recanto das Emas. Ele diz que a instituição atende 112 crianças e que, mesmo há quatro meses sem receber, não suspendeu os serviços. O custo mensal para manter a instituição, segundo ele, é de de R$ 70 mil. A dívida total chega a R$ 280 mil, afirma.

Chefe da segurança do Palácio do Buriti tenta negociar com manifestantes a liberação da via (Foto: Isabella Formiga/G1)
Chefe da segurança do Palácio do Buriti tenta negociar com manifestantes a liberação da via (Foto: Isabella Formiga/G1)

“A gente funciona com recursos que vai conseguindo, mas os funcionários ficam sem receber, porque não tem como pagar. A folha de pagamento é altíssima por mês, em torno de R$ 50 mil por mês. Os outros R$ 20 mil são para manutenção, água, luz, alimento”, declarou.

O pastor afirma que os professores ganham R$ 1,2 mil, e os monitores, R$ 950. Merendeiros, cozinheiros, auxiliares de cozinha, vigia, porteiro, auxiliar administrativo, diretora, coordenadora, também estão sem receber. A instituição funciona das 7h30 às 17h30.

Diretora pedagógica da creche João de Barro, em Sobradinho, Luzinete Fonseca diz que a instituição está fechada e que não recebe há três meses. Ela afirma que sem o repasse do GDF não tem como a creche manter 22 monitores e 16 professores, além da equipe da cozinha, limpeza e do administrativo.

“Desde outubro estamos sem receber. Nenhuma pessoa, nem eu, nem coordenador, ninguém recebeu nada”, disse a diretora.

Fonte: G1.Globo.com

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