Governo de Brasília: Mais um protesto na Capital Federal

Protestos pedem para Governo de Brasília - Guia BSB.netTerceirizados fecham via em Brasília em ato contra atrasos no salário

Funcionários terceirizados que prestam serviços gerais para o Governo do Distrito Federal fecharam o Eixo Monumental na manhã desta quinta-feira (11), no sentido oposto ao do Palácio do Buriti, para protestar contra o atraso no pagamento de salários. Segundo a Polícia Militar, às 10h havia 300 pessoas na praça em frente à sede do Executivo. O policiamento foi reforçado com pelo menos 200 PMs, segundo a corporação, e uma grade foi instalada na calçada para impedir que trabalhadores invadam a pista.

Pouco antes das 11h, o grupo se dirigiu ao outro sentido da via, na altura do Tribunal de Justiça, e fez o bloqueio. Eles abordaram motoristas em carros. Seguranças do TJ colocaram cones nas pistas para tentar ajudar a evitar acidentes.

Os manifestantes chegaram a jogar sacos nas ruas e a subir em um veículo durante o ato. O trânsito foi desviado para a parte atrás do tribunal e para o Parque da Cidade.

O sindicato que os representa, Sindiservico, afirmou que o GDF não deu prazo para fazer o repasse às empresas. Por esse motivo, a categoria decidiu entrar em greve por tempo indeterminado. As atividades serão suspensas em escolas, hospitais, administrações regionais e sedes de outros órgãos até os salários serem pagos integralmente.

Presa no engarrafamento, a motorista Bruna de Almeida reclama do bloqueio formado atrás do Ministério Público .”Acho injusto. Eles têm que incomodar quem realmente prejudica eles, não a população, que também é vítima. (SIC)”

Uma motorista assustada deixou a pista chorando. Os manifestantes chutaram e bateram em carros que tentaram furar o bloqueio. Alguns carros com crianças foram liberados. Um carro quebrou depois de ficar preso na calçada quando tentava escapar pelo canteiro.

Protestos pedem para Governo de Brasília - Guia BSB.netNesta manhã, o Sindicato dos Empregados da Saúde confirmou o pagamento dos salários atrasados dos 10 mil servidores aposentados da Secretaria de Saúde. A expectativa é de que os repasses para os 30 mil terceirizados também sejam confirmados ao longo do dia. O governo diz que a arrecadação abaixo do esperado causou o problema.

Nesta quarta, um grupo chegou a fechar o Eixo Monumental por cerca de uma hora. Oa manifestantes desocuparam a via depois que uma comissão de trabalhadores concordou em se reunir com representantes do GDF.

O GDF tem cerca de 30 mil funcionários terceirizados em 12 empresas. Eles atuam na faxina, na merenda e na recepção. O sindicato da categoria diz que desde o início de novembro não recebem salários e que as empresas que mantêm contrato com o governo fizeram o repasse de apenas 50% dos vales refeição e transporte.

Dificuldades financeiras

O governo do Distrito Federal alega que teve uma arrecadação menor do que a esperada e que isso se refletiu no pagamento de servidores e manutenção de serviços. O Executivo afirma que vai fechar as contas e entregar o governo sem dívidas ao próximo gestor, Rodrigo Rollemberg. No primeiro discurso após a eleição, ele havia dito que o rombo era de R$ 2,1 bilhões.

Na saúde, o governo decidiu remanejar R$ 84 milhões de convênios com o governo federal – incluindo o fomento a programas de combate e prevenção a doenças como dengue e Aids, que apresentaram indicadores ruins neste ano – para pagar dívidas com fornecedores e reabastecer a rede pública da capital do país com medicamentos e materiais hospitalares. Um levantamento feito por técnicos estima que o rombo da pasta seja de R$ 150 milhões.

Protestos pedem para Governo de Brasília - Guia BSB.netAlém disso, os 850 médicos residentes dos dez hospitais escola cruzaram os braços contra a interrupção do fornecimento de refeições e o não pagamento das bolsas. A paralisação começou na quarta-feira e afeta outros profissionais de residência, como estudantes de enfermagem, também participam do ato.

A crise também afetou os serviços de manutenção de gramados, plantio e limpeza de canteiros ornamentais, além da poda de árvores, que foram suspensos por falta de verba. Quatro empresas – Coopercam, EBF, Tria e FCB – eram responsáveis pela atividade, com aproximadamente 500 trabalhadores. Elas também eram responsáveis por fornecer equipamentos e transporte dos funcionários.

A Novacap já havia anunciado a suspensão da segunda fase do “Asfalto Novo”, programa de recapeamento em vias urbanas do Distrito Federal. O motivo apontado também foi falta de dinheiro. A companhia afirmou na ocasião que ainda restavam 2 mil quilômetros de pistas a receberem obras.

Na educação, creches conveniadas com o governo completaram 11 dias com as atividades paralisadas. De acordo com o conselho que as representa, 15 unidades estão de portas fechadas por falta de dinheiro. As instituições afirmam que não recebem os repasses do DF há três meses e que estão arcando com os custos para manter as creches em funcionamento com recursos próprios.

O governo diz que que o atraso ocorre por motivos pontuais e que está “adequando o fluxo de caixa para arcar com os compromissos assumidos”. A previsão era de que o pagamento fosse feito até sexta, o que não ocorreu. Não há informações sobre o número de crianças afetadas.

Governo do DF - Guia BSB.netO problema também afetou o transporte público. Motoristas e cobradores de quatro das cinco empresas de ônibus cruzaram os braços entre sexta e segunda por não receberem o 13º salário e outros benefícios. O DFTrans repassou R$ 35 milhões para as viações, para garantir a retomada dos serviços. No período, 700 mil pessoas foram prejudicadas.

Já quatro cooperativas que rodam em seis regiões administrativas decidiram manter a greve pelos mesmos motivos. A única que encerrou a paralisação foi a MSC, no Recanto das Emas. Por isso, um grupo fechou a saída da garagem da empresa nesta quinta em protesto.

Fonte: G1.globo.com

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